Visão Geral da Etiópia:
Produção: Média de ~7,5 milhões de sacas de café por ano, últimos 10 anos
Tipos de café: Arábica (Natural e Lavado)
Colheita do Café:
Out-Jan: Maior parte da safra
Fev-abril: região de Lekempti (~10% de participação)
Principais regiões: Yirgacheffe, Limu, Guji, Sidama, Djjimma, Lekempti e Harrar
Outros fatos importantes:
Tamanho médio da fazenda: menos de 2 hectares
Predominância de pequenos proprietários: 70% da safra cultivada em fazendas de 1 hec
Por que a Etiópia é importante
A Etiópia é o terceiro maior produtor de Arábica do mundo e o maior produtor de café da África. A produção de café naturalmente processado do país é a segunda maior do mundo, atrás apenas do Brasil. Além disso, os microclimas da Etiópia fornecem perfis de sabor únicos e são muito procurados para cafés especiais e comerciais. Por esses motivos, é uma das principais origens na cadeia de abastecimento do Arábica.
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O calendário de colheitas da Etiópia é alternado com o do Brasil, ou seja, suas colheitas acontecem consecutivamente, o que contribui para dar mais estabilidade no fornecimento de Naturais. Além disso, como a maior origem produtora de Arábica da África, a produção e o clima da Etiópia requerem uma análise minuciosa para entender sua posição no contexto mais amplo da produção global de café.
Em última análise, o país tem forte influência na precificação física dos naturais no mercado global e, portanto, é de grande relevância para os compradores desses cafés. Neste artigo, exploraremos o papel da Etiópia como origem do café, sua história de desenvolvimento de produção e consumo, bem como desafios e perspectivas.
Visão geral da colheita
A cafeicultura na Etiópia pode ser dividida em três tipos principais de sistemas de produção. Cafés de floresta, cafés de jardim e cafés de plantação.
As duas primeiras respondem por 93% da produção total e são tipicamente cultivadas por pequenos agricultores. O café da floresta é cultivado sob a sombra de florestas densas e semi-florestas, enquanto os cafés de jardim são normalmente cultivados em torno de propriedades ou outras habitações.
Os cafés de plantação são cultivados intensivamente em grandes fazendas, onde práticas agrícolas padrão são usadas, como fertilizantes, mas representam apenas 7% da safra total.
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Conheça sua história (de produção)
A Etiópia é frequentemente considerada o berço do café, mas o interesse pelo café etíope aumentou em 1800 devido ao clima favorável e à proximidade com a Europa. Hoje, a Etiópia ocupa o primeiro lugar como o maior produtor de Arábica na África e o segundo maior fornecedor de naturais fora do Brasil.
No entanto, além de um clima favorável, a história política da Etiópia desempenhou um papel fundamental para promover o crescimento da produção de café lá.
Durante a maior parte do século 20, a propriedade de terras na Etiópia estava concentrada nas mãos de poucos, e isso restringiu significativamente a produção. No entanto, entre a década de 1970 e o início da década de 1990, a queda do imperador Haile Selassie e a tomada do poder pela Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope resultaram em um grande processo de redistribuição de terras.
Essa redistribuição de terras foi responsável por triplicar a produção da Etiópia nos 30 anos que se seguiram. Principalmente porque, em última análise, possibilitou o acesso da terra aos pequenos agricultores, que são os que sustentam a indústria cafeeira da Etiópia.
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No entanto, apesar do arranque político do início dos anos 90, foi apenas no início dos anos 2000 que a produção da Etiópia começou a encontrar estímulos para um aumento significativo e consistente. Durante esse período, a produção aumentou de 2 a 3 milhões de sacas anuais para a faixa atual de 6 a 7 milhões de sacas.
O principal fator contribuinte foi uma série de programas do governo para promover a estabilidade de preços e estimular a produção, uma vez que as exportações de café são consideradas uma valiosa fonte de receita.
Para isso, a suspensão das taxas de exportação de café em 2002 desempenhou um papel vital, pois contribuiu para aumentar os preços pagos aos cafeicultores.
Infelizmente, tanto em termos humanos quanto cafeeiros, a guerra civil estourou em 2020, o que levou a sanções internacionais que interromperam o fluxo de dinheiro para a Etiópia. Isso levou o governo a adotar controles cambiais mais rígidos que dificultaram a exportação de café e, no futuro, podem limitar o crescimento da produção.
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Devido aos custos impostos aos agricultores e exportadores devido aos controles cambiais, as estatísticas oficiais de produção e exportação são de cerca de 6 milhões de sacas, enquanto extraoficialmente os números da produção são estimados em 2 milhões de sacas a mais, com grande parte sendo contrabandeada.
Além disso, o aumento da inflação tem contribuído para o aumento dos custos para os agricultores, o que, combinado com o aspecto político, está reduzindo o interesse pela produção de café. Consequentemente, embora o governo tenha sido um grande defensor do crescimento da produção no passado, ironicamente, agora é o principal fator limitante.
Em Breve – Parte 2 – Regiões de Produção da Etiópia
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